O acesso ao entorno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ficará
restrito a partir das 12h desta terça-feira, 23, véspera do julgamento do
recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do
Guarujá (SP). A restrição no perímetro será por via "aérea, terrestre e
naval", segundo o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul,
Cezar Schirmer.
Os esclarecimentos em relação ao esquema de segurança, que envolve dezenas de
órgãos municipais, estaduais e federais, foram prestados à imprensa na manhã
desta segunda-feira, 22. Schirmer, no entanto, evitou qualquer detalhamento em
relação aos custos e ao tamanho do efetivo envolvido na operação, dizendo
apenas que as forças de segurança integradas terão o "efetivo necessário"
para garantir a manifestação "dentro dos princípios constitucionais".
Aeronaves farão o monitoramento do
espaço aéreo e embarcações das forças de segurança já estão sendo posicionadas
na orla do Rio Guaíba, nas imediações do TRF-4, para evitar qualquer tipo de
acesso à zona restrita. Há, inclusive, a possibilidade de se utilizar aeronaves
para o transporte dos desembargadores até a Corte, caso haja risco ou
impedimento para o transporte rodoviário.
Por via terrestre, a restrição ao
perímetro do TRF-4 será demarcada por meio de gradis, além da presença de
efetivo policial. Haverá apenas um acesso ao local, para pessoas previamente
cadastradas pelo Tribunal. O bloqueio da área afetará o expediente de órgãos
públicos, que ficarão fechados a partir das 12h de terça, e cerca de 20 linhas
de ônibus terão rotas desviadas a partir da meia-noite de quarta-feira, 25. Já
na tarde de terça-feira a circulação até mesmo de pedestres será controlada no
local, sem horário definido para desbloqueio.
"O perímetro ficará isolado o tempo
necessário para garantirmos a ordem e a segurança ao TRF-4", disse o
comandante-geral da Brigada Militar, Andreis Dell Lago.
Além do entorno do TRF-4, também a
Avenida da Legalidade, no acesso à capital gaúcha, terá o trânsito desviado a
partir das 5h de quarta-feira, dia do julgamento. Outros pontos de interesse
para manifestações tanto favoráveis quanto contrárias ao ex-presidente Lula
também serão monitorados.
"Nós vamos estar preparados para
identificar quem queira fazer qualquer manifestação que contrarie a legislação,
inclusive mascarados", enfatizou Schirmer, destacando os acordos
estabelecidos com movimentos sociais no sentido de cooperação e eventual
responsabilização em caso de atos de violência ou depredação.
As ações em apoio a Lula ficarão
concentradas no Anfiteatro Pôr-do-Sol, a poucas quadras do TRF-4, e na
"esquina democrática", no centro de Porto Alegre. Já as manifestações
contrárias ao ex-presidente estão sendo convocadas para o Parque Moinhos de
Vento, o Parcão.
Schirmer afirma que atiradores de elite
vão ficar no topo de edifícios próximos ao perímetro com a função de
observadores, filmando e fotografando os manifestantes. "A presença de
atiradores de elite faz parte de qualquer processo de prevenção. Atirador de
elite é na verdade um observador. Vai atirar em último caso numa condição excepcionalíssima.
Ele é observador de espaço físico do que está acontecendo. Vai ficar nas partes
mais altas. Vamos trocar a expressão por observador privilegiado, inclusive
fotografando e filmando", afirmou o secretário de Segurança.
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